Autor: “Albano Nunes”
«O fascismo nunca conseguiu fascizar a universidade»
Quando passam 60 anos da «crise académica de 62» (e se verifica um significativo e sintomático afunilamento na respectiva evocação) é importante destacar duas coisas: uma, que ao contrário de algumas das ilusões de então, os estudantes não constituÍam uma entidade especificamente revolucionária, nem o poderiam ser; outra, que o grande mérito dessas lutas foi o de acrescentar uma frente Í crise do regime fascista, contribuindo para elevar o ânimo resistente de sectores das classes intermédias, nomeadamente da pequena-burguesia.
Fascismo e anticomunismo*
Tal como na década de 30 do século passado, a crise geral do capitalismo traz consigo a emergência do fascismo. E tal como então a grande burguesia e o imperialismo apadrinham-no e promovem-no, como têm feito tão frequentemente em paÍses de todos os continentes, da Ucrânia ao Brasil. O capitalismo na sua fase monopolista é inconciliável com a democracia, mesmo com a mais esvaziada das democracias burguesas.
França neocolonial*
A continuidade no fundamental das polÍticas do governo da «direita» de Sarkozy e do governo «social-democrata» de Hollande confirmam que, com inevitáveis nuances, ambos servem o grande capital francês e que a social-democracia está hoje efectivamente transformada num pilar do imperialismo.
Japão, ambições e memória histórica*
No extremo oriente como em outros lugares, o aprofundamento da crise capitalista faz renascer na classe dominante monstruosas reminiscências do passado. Os sectores mais reaccionários da sociedade japonesa estão a atiçar o nacionalismo, o negacionismo em relação aos tenebrosos crimes praticados pelas tropas japonesas no estrangeiro (particularmente durante a ocupação da Coreia e a invasão da China), o expansionismo e o militarismo. A luta dos povos contra o fascismo, o militarismo e a guerra adquire renovada importância, actualidade e urgência.
Social-democracia - Notas sobre um percurso desonroso*
Ao procurar responder Í pergunta «o que é a social-democracia hoje?» há uma questão prévia de lucidez e pura higiene mental: rejeitar liminarmente a caracterização desta corrente polÍtica como força «de esquerda» e, do mesmo passo, rejeitar uma «unidade de esquerda» que, em nome de um pretenso combate a uma direita «ideológica» e «ultraliberal», apenas serviria para atrasar a unidade necessária e iludir questões de fundo da luta de classes.
Crise capitalista e escalada agressiva*
De tudo o que mais inquieta é a banalização da agressão imperialista com o completo rasgar de qualquer código de conduta nas relações internacionais. É arrepiante a naturalidade com que a generalidade dos órgãos de comunicação noticia a coordenação por Obama, Hillary Clinton e CIA de todo o género de acções «encobertas», ilegais e criminosas de ingerência, intervenção e agressão na SÍria.
Irão*
O imperialismo não suporta quem se lhe não submeta inteiramente. O que determina a perigosa escalada agressiva no Médio Oriente e Ísia Central - com os EUA e a União Europeia rivalizando e coordenando a sua acção para dominar os seus povos e recursos e alterar o quadro geoestratégico em direcção ao Extremo-Oriente - é o imperialismo sem máscara defendendo com unhas e dentes uma supremacia que (sobretudo os EUA) vê escapar-se-lhe.